Em um raro avanço diplomático, Ucrânia e Rússia anunciaram que realizarão uma troca de 500 prisioneiros de guerra de cada lado neste fim de semana, entre os dias 7 e 8 de junho, depois de terem concordado, na segunda-feira (2), libertar os feridos, gravemente doentes ou com menos de 25 anos. O acordo foi confirmado pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, durante uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira (4).

“Hoje, as nossas equipas realizaram consultas sobre a troca acordada. O lado russo informou-nos que está pronto para transferir 500 pessoas neste fim de semana, no sábado ou domingo, das cerca de mil que acordámos trocar, pelo que estaremos prontos para trocar a quantidade correspondente”, afirmou Volodymyr Zelensky em conferência de imprensa, citado pela agência de notícias ucraniana Ukrinform.

A troca incluirá soldados feridos, gravemente doentes ou com menos de 25 anos, conforme acordado pelas partes em negociações realizadas em Istambul no início da semana. Além disso, jornalistas e outros civis ucranianos mantidos em cativeiro pelas autoridades russas poderão ser incluídos nas trocas.

Este acordo representa um o significativo nas relações entre os dois países, que estão em conflito desde 2022. Apesar das tensões persistentes, especialmente após recentes ataques a infraestruturas na Rússia atribuídos à Ucrânia, as negociações para a troca de prisioneiros avançaram. No entanto, o presidente russo, Vladimir Putin, afastou a possibilidade de um encontro com Zelensky, classificando os ataques como “ações de terror” que comprometem as negociações de paz.

Além da troca de prisioneiros, ambos os lados concordaram em repatriar os restos mortais de 6 mil soldados mortos de cada lado que estão na posse do inimigo.

Este será o segundo grande intercâmbio entre os dois países em menos de um mês. Em maio, uma troca de mil prisioneiros de cada lado foi realizada após um encontro direto em Istambul, marcando a maior troca desde o início da guerra.