O ativista brasileiro Thiago de Ávila e Silva Oliveira, de 38 anos, estava a bordo do barco Madleen, parte da iniciativa internacional Freedom Flotilla Coalition, quando foi interceptado neste domingo (8) pela Marinha de Israel em águas internacionais, durante um esforço simbólico para entregar ajuda humanitária à Faixa de Gaza.
Natural de Brasília e comunicólogo, Thiago Ávila é coordenador da Freedom Flotilla Coalition no Brasil e participa de missões humanitárias internacionais. Ativista socioambiental engajado em causes progressistas e ex-candidato a deputado pelo PSOL, ele acumula cerca de 780 mil seguidores nas redes sociais e já participou de ações solidárias em países como Líbano, Bolívia e Cuba.
A embarcação, partiu da Sicília, Itália, no dia 1º de junho, com 12 ativistas de países como Suécia (incluindo Greta Thunberg) e França (a deputada Rima Hassan), além de representantes de Brasil, Alemanha, Espanha, Países Baixos e Turquia. Levava suprimentos simbólicos, como leite em pó, farinha, arroz, fraldas, kits médicos, água potável, próteses infantis e produtos de higiene, com objetivo de chamar atenção internacional e desafiar o bloqueio naval a Gaza.
Antes de perder contato, Thiago Ávila publicou vídeos em seu perfil no Instagram. Em uma das gravações, afirmou: “Estamos para ser atacados pelo mais cruel e odioso exército do mundo.” Já em outro vídeo, programado para ser divulgado em caso de detenção, declarou: “Se você está assistindo a este vídeo, quer dizer que fui detido ou sequestrado por Israel.”
A esposa de Thiago, Lara Oliveira, fez um apelo nas redes sociais para que o governo brasileiro intervenha com urgência. Ela lembrou que o casal tem uma filha de um ano, Teresa, e cobrou ações diplomáticas.
Após a interceptação, todos foram levados ao porto de Ashdod, em Israel, onde receberam comida, água e atendimento médico, e devem ser deportados de volta aos seus países de origem. O Ministério das Relações Exteriores de Israel afirmou que todos estavam “bem de saúde”.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil divulgou nota oficial criticando a ação ao recordar o princípio da liberdade de navegação em águas internacionais e exigindo a imediata liberdade dos ativistas e o consular, além de reforçar ainda “a necessidade de que Israel remova imediatamente todas as restrições à entrada de ajuda humanitária em território palestino, de acordo com suas obrigações como potência ocupante.”